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No extremo oeste do Brasil, no estado do Acre, em meio à floresta Amazônica, cerca de mil índios vivem e resistem hoje em sete aldeias do povo Yawanawá. A colonização, as missões religiosas e os seringueiros quase extinguiram o povo da queixada (tradução para Yawanawá) ao longo dos séculos, mas eles conseguiram resistir, garantir seu direito à terra e hoje lutam para preservar suas tradições.

Conhecer de perto a história, a cultura, os rituais e a ligação do povo indígena Yawanawá com a floresta é uma experiência quase indescritível e uma das melhores formas de entender e ajudar a preservar essa rica cultura. Eles hoje já entendem que a presença do homem branco nas aldeias, através de visitas e experiências pontuais e responsáveis, como a Vivência Yawanawá oferecida pela Vivejar, pode ser positiva para a difusão e preservação de suas raízes. Visitantes conscientes se emocionam ao descobrir os encantos deste povo e se dispõem a ajudar a mantê-los. Veja alguns deles:

 

Os Yawanawá e a natureza

Isolamento e contato direto com a natureza são palavras de ordem para os Yawanawá. A primeira das 7 aldeias do Território Indígena do Rio Gregório fica a 4 ou 6 horas de barco (dependendo do volume de águas do rio) da cidadezinha mais próxima, a vila de São Vicente. Para chegar da cidade às aldeias são usadas canoas motorizadas e é possível observar a natureza quase intocada da região. A relação dos indígenas com a floresta é especial. Dela eles tiram todo o seu sustento e a ela agradecem em seus cantos mariris. A natureza aparece nos símbolos de suas pinturas e é a origem da sua medicina. “A floresta é tudo que nos temos. Ela que nos dá vida”, dizem eles.

https://earth.app.goo.gl/kfbYUx

 

Yawanawá indigenous people

Foto: Catarina Alionis

 

Festival Mariri Yawanawá

Criado em 2000 para resgatar e preservar a cultura e os costumes ancestrais Yawanawá, o festival acontece anualmente na aldeia Mutum, durante 5 dias, no período de lua cheia, e varia de mês a cada ano. É um dos poucos festivais indígenas abertos a visitantes e poucos turistas têm a oportunidade de participar dele. Tornou-se uma celebração cultural importantíssima, com muito canto, danças do mariri, rodadas de músicas antigas, histórias de antigamente, brincadeiras tradicionais rituais de Uni e Rumê (cipó e rapé) com os pajés Yawanawá, comidas típicas, exposições dos artesanatos da aldeia e pinturas corporais com os Kenes Yawanawá.

 

Yawanawá indigenous people

Foto: Yawanawá.org

 

Os rituais

Os principais rituais tradicionais dos Yawanawá são o Uni (Ayahuasca) e Rume (Rapé). Eles trazem cerimônias espirituais de purificação, reenergização cura. O rapé é feito de tabaco e cinzas de árvores e a ayahuasca de plantas nativas da Amazônia (cipó mariri ou jagube e folhas do arbusto chacrona ou rainha). Ambos têm papel importantíssimo na cultura e medicina do povo Yawanawá.

 

Yawanawá indigenous people

Foto: Yawanawá.org

 

As mulheres

Até 2005 proibidas de assumir papéis de liderança, hoje as mulheres Yawanawá já podem ser pajés e também seguem em busca de empoderamento, por direitos, reconhecimento, respeito e responsabilidades iguais às dos homens. Elas cuidam da casa, da família, trabalham como artesãs e e têm participação importante nas tradições culturais e rituais. O canto das mulheres Yawanawá é surpreendente:

 

 

Para se tornar um pajé 
Yawanawá

Foto: revista GOL

Uma série de práticas e rituais são necessários para que uma pessoa se torne o líder espiritual (xamã ou pajé) da tribo Yawanawá. Eles acreditam que os pajés são guardiões dos conhecimentos da tribo, desde a medicina até as artes, e aprendem os segredos mágicos com os espíritos. Além da vocação, o processo para formação de um líder spiritual exige força. Durante um ano o índio precisa viver isolado na floresta, não pode beber água e nem comer carne de grandes animais. Eles recebem doses diárias de ayahuasca e de rapé e têm que manter a pele coberta pela tinta preta extraída do jenipapo. Eventualmente, devem tomar pequenas quantidades da saliva de uma jiboia, considerada a dona da sabedoria entre os indígenas. Durante esse período, além da abstinência sexual, estão proibidos de ver ou mesmo ouvir a voz de filhos e companheiros. Em 2005, a índia Hucharlo se tornou a primeira líder espiritual mulher dos Yawanawá.

Hucharlo é a capa da revista da Gol de setembro. Confira que história incrível: http://bit.ly/2QVpvCr

 

 

Saudade

“Kanarô”, para os índios Yawanawá, significa saudade, muita saudade, uma saudade de chorar. Essa saudade que os visitantes sentem ao deixar a Terra Indígena do Rio Gregório…

 

Yawanawá indigenous people

Foto: Yawanawá.org

 

 

Entre em contato conosco para saber mais sobre a Vivência Yawanawá, que acontece de 15 a 20 de novembro na Terra Indígena do Rio Gregório, no Acre:

E-mail: [email protected]

WhatsApp: (11) 98328-3034