Mulheres empreendedoras e empoderadas conduziram dia 21 de agosto, o PAPO + B – um evento aberto promovido pelo Sistema B Brasil, que convidou todos a debaterem sobre as conquistas, oportunidades e desafios das mulheres no trabalho e no empreendedorismo. O bate-papo foi moderado pelo argentino Pedro Tarak, liderança em impacto social e co-fundador do Sistema B, que inspirou os participantes a pensarem quando a palavra “empreendedora” surgiu (há mais de 5.400 anos, na Babilônia) e porque ela praticamente desapareceu por tantos séculos.
Daniela Lerario, co-Presidente do Conselho do Sistema B Brasil e CEO da empresa B TriCiclos Brasil, compartilhou suas experiências como mulher, na família e na carreira, e lembrou como ainda existem preconceitos e julgamentos quando uma liderança feminina se apresenta para uma reunião ou evento. Daniela apresentou Guiomar, presidente da cooperativa de catadores de resíduos sólidos Sempre Verde, associada à TriCiclos, uma mulher que descobriu sozinha que era capaz de assumir grandes desafios. Na cooperativa, 90% das mulheres são catadoras e Guiomar destacou como elas encaram a atividade como um trabalho, enquanto os homens preferem ficar desempregados. As mulheres já se tornaram protagonistas na profissão de catadores de material reciclável.
Marianne Costa, fundadora da Vivejar, explicou que prioriza sempre trabalhar com lideranças femininas e como as mulheres têm a oportunidade de liderar a mudança no turismo, na inovação e em uma nova maneira de se trabalhar. Marianne contou ainda que “muito da minha motivação para criar a Vivejar foi a ideia de poder proporcionar às outras pessoas o privilégio que eu tenho de conhecer grandes mulheres como a Deuzani”.
Artesã ceramista, poeta e empreendedora do turismo comunitário no Vale do Jequitinhonha, MG, Deuzani Santos também foi uma das palestrantes e destacou: “a gente está aqui para falar para os homens também e queremos o apoio de cada um”. A artesã falou sobre os desafios das mulheres do Vale e como elas precisam ser fortes, resistentes, trabalhar árduo e ainda ter a presença masculina dentro delas, uma vez que os homens normalmente deixam as famílias para trabalhar em cidades maiores. “Nós mulheres do Vale somos como um cacto: ficamos lá em cima da rocha e às vezes poucas pessoas enxergam. Mas, no dia que dá uma chuvinha brota uma flor”, poetizou Deuzani.
A Vivejar aproveitou a oportunidade para lançar seu Relatório de Impacto e Sustentabilidade – Vivejar Avalia, que tem o objetivo de monitorar e mensurar os impactos causados em quatro das comunidades em que a operadora atua, com a finalidade de avaliar se as atividades da operadora estão contribuindo positivamente para a mudança de realidades nas comunidades visitadas e nos viajantes. Comunidades em Turmalina (Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais) e na Ilha de Cotijuba (Pará) foram monitoradas em seu estágio inicial e, posteriormente, depois de um ano de operação da Vivejar. E dois novos roteiros urbanos, no Grajaú e Ilha do Bororé (São Paulo) e no Morro da Babilônia (Rio de Janeiro) também começaram a ser avaliados. Alguns dos índices analisados foram o engajamento e participação feminina nos roteiros, a entrada de renda nas comunidades e a valorização do patrimônio cultural e natural. Em 2017, seu segundo ano de atuação, a Vivejar trouxe um retorno de cerca de R$ 20 mil para as comunidades brasileiras onde opera, no Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
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Confira como foi o PAPO+B: