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O Rio Grande do Norte está mostrando ao Brasil e ao mundo como o turismo pode ser uma ponte poderosa entre passado, presente e futuro, promovendo inclusão social, geração de renda e, sobretudo, o reconhecimento e a valorização de comunidades tradicionais. Por meio do Projeto de Desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária, uma iniciativa da Secretaria Estadual de Turismo do RN em parceria com o Sebrae-RN e executada pelo Instituto Vivejar, povos indígenas e quilombolas tornam-se protagonistas de uma transformação que ultrapassa o âmbito econômico: é uma reafirmação de sua ancestralidade e do papel essencial que desempenham na construção do legado cultural do país.

Na última segunda-feira (25), a governadora do estado, Professora Fátima Bezerra, visitou a Comunidade Indígena Katu, em Goianinha/Canguaretama, e o Quilombo da Praia de Sibaúma, em Tibau do Sul, para vivenciar de perto os impactos dessa iniciativa. Nessas terras, onde o Toré ressoa, o grafismo desenha histórias e dos tambores ecoam as batucadas da resistência, o turismo de base comunitária se destaca como uma ferramenta de empoderamento, que coloca as comunidades no centro das decisões sobre o próprio território.

O trabalho desenvolvido pelo Instituto Vivejar ao longo de 16 meses foi pautado em um processo cuidadoso e participativo, começando pelo diagnóstico das comunidades, diálogos com suas lideranças e com os demais atores nos territórios, para compreender suas necessidades e expectativas. A partir dessas escutas, foram realizadas consultorias, treinamentos e um acompanhamento contínuo em todas as fases do projeto.

O objetivo foi preparar as comunidades para que pudessem não apenas estruturar suas iniciativas de turismo, mas também ganhar autonomia na gestão dessas atividades. Esse esforço culminou na inserção dessas comunidades em eventos do setor turístico, onde participaram de rodadas de negócios, em eventos como a Brazil Travel Market (BTM), em Fortaleza e no Salão do Turismo, no Rio de Janeiro, conectando seus destinos ao mercado e posicionando-os como opções genuínas e ricas de turismo responsável.

Para Marianne Costa, CEO do Grupo Vivejar, o turismo responsável é mais do que uma experiência. “É um ato de reconhecimento e celebração. Ele resgata a ancestralidade, fortalece identidades e transforma vidas, unindo viajantes e comunidades em um encontro genuíno e transformador. Como sempre digo: turismo responsável é sobre tornar destinos turísticos em lugares melhores para se viver e se visitar — nesta ordem!”

Os resultados desse projeto vão além de números ou metas alcançadas. Trata-se de comunidades que recuperam a autoestima e se fortalecem para proteger seus saberes e práticas. É inclusão social que respeita e valoriza, geração de renda que dignifica, e valorização cultural que reafirma a importância dessas populações na história viva do Brasil.

“Este projeto nos mostra que o verdadeiro desenvolvimento vai além da economia. Trata-se de fortalecer a autoestima das comunidades, valorizar suas histórias e reafirmar sua relevância na construção do Brasil que queremos para o futuro, começando pelo seu entorno”, destacou Ana Rosa Proença, gestora do projeto.

Iniciativas como essa lembram que o turismo responsável pode ser um ato de resistência e celebração. É o Brasil reconhecendo a riqueza de sua ancestralidade, não como um eco distante, mas como uma força viva que inspira e orienta caminhos futuros. Que a partir deste exemplo, outros estados e projetos possam trilhar o mesmo caminho: o de um turismo que une, transforma e deixa um legado duradouro para todos.