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Nosso processo de compra de produtos e serviços está cada vez mais influenciado por questões globais e éticas. É difícil não pensar em fome, desmatamento, aquecimento global, pobreza e até mesmo crise quando adquirimos ou descartamos um produto. No Reino Unido já são mais de 3,5 milhões de veganos e 66% dos consumidores mundiais já estão dispostos a pagar mais por marcas sustentáveis.

 

De acordo com o Indicador de Consumo Consciente desenvolvido pelo SPC Brasil e CNDL, o brasileiro também está evoluindo para o consumo consciente. Ainda somos apenas 28% dos consumidores, mas há uma grande oportunidade e abertura para que sejamos educados e transformados, com 56% dos consumidores considerados “em transição”.

 

O consumo consciente no Brasil ainda está quase que exclusivamente relacionado aos benefícios financeiros, o que muitas vezes nos leva para caminhos “insustentáveis”. Ainda não entendemos nem aceitamos pagar mais caro pelo produto orgânico, pelo artesanato local ou pelo hotel com práticas de sustentabilidade. E o preço é muitas vezes nosso único foco.

 

O Relatório Global de Sustentabilidade da Booking.com de 2018 revelou que 94% dos brasileiros pretendem viajar sustentavelmente este ano. Mas será que eles sabem como? E estão realmente interessados em ir além do comparativo financeiro? Por outro lado, o mercado vive se perguntando: “onde estão esses viajantes conscientes que não batem na minha porta? Será que eles realmente existem?”.

 

O que nunca nos perguntamos, de um lado ou de outro, é “o que eu posso fazer para saber mais sobre minhas escolhas?” ou “o que eu posso fazer para que o cliente entenda melhor minha oferta?”. Este desencontro entre consumidores e serviços conscientes no turismo passa pela educação. Para que o viajante comece a basear suas escolhas em fatores diferentes de preço, como ética, impacto social e ambiental e transparência, ele precisa questionar, conhecer e entender. E também é nossa responsabilidade, como mercado, educá-lo.

 

De acordo com o relatório da Booking.com, 32% dos viajantes brasileiros dizem que a falta de informação é um impedimento para realizarem uma viagem mais sustentável e muitos deles ainda acreditam que turismo sustentável está necessariamente relacionado à natureza ou a luxo. É hora de quebrarmos esses mitos e sermos mais transparentes.

 

Devemos falar mais sobre ética, consumo consciente, empoderamento, turismo responsável e comunitário. Precisamos comunicar nossas boas práticas sociais e ambientais e envolver nossos clientes nelas. A transparência e a educação são o caminho para que, cada vez mais, a oferta e a demanda do turismo sustentável se encontrem e cresçam juntas.