O que vamos dizer a seguir, se você for brasileiro, provavelmente já viu nas aulas de geografia do colégio. Mas sempre vale a pena lembrar… Agora, se você é estrangeiro, dependendo de onde for, saber disso pode ser novo, porém nada que se compare a conhecer verdadeiramente, pessoalmente, intensamente e viver experiências na Amazônia.
A maior parte da floresta amazônica fica no Brasil, 60%. Mas ela também se divide entre Peru (13%) e, em menores partes, na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Mas, afinal, o que podemos viver e aprender com os territórios que abrangem essa mata?
Fica aqui a nossa lista, falando especialmente de Belém, capital do Pará, e Cotijuba, ilha que também pertence ao município. Vem com a gente!
A Amazônia é plural (As Amazônias)
O título desse texto foi provocativo. E, por isso, esse primeiro tópico veio para explicá-lo. Acontece que, quem não conhece a Amazônia ou qualquer um dos territórios que a tem como cenário de fundo, tende a generalizá-la. Um exemplo é o mesmo que acontece com o continente africano. Por vezes temos mania de dizer “a África”, como se fosse um lugar só, desconsiderando a diferença entre povos, culturas e mesmo ambientais.
Mas tudo bem, sabemos que você não faz por mal!
Uma dica de leitura é o livro Amazônia, Amazônias – escrito por Carlos Walter Gonçalvez e publicado pela editora Contexto, – que vem para esclarecer que a Amazônia é heterogênea, contraditória e desigual.
Por isso mesmo, para ter um panorama dessa grandeza e diversidade, vale a pena viajar e viver essa realidade. Imergir na vivência, sentir a manifestação da natureza, interagir com o povo local. Mas uma única viagem não basta! É preciso muitas. Que tal começar suas experiências na Amazônia?
“Navegar é preciso”
Parafraseando o poeta Fernando Pessoa, “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. Assim é pelas redondezas da capital paraense. Ainda mais pela Foz do Rio Guamá, que contorna Belém e cerca Cotijuba. A experiência do viver local com certeza é diferente de tudo o que você já viveu.
Como disse a nossa anfitriã e parceira Ana Gabriela Fontoura, diretora da Estação Gabiraba, é “entender o que é a dimensão de um rio de água doce. Um ‘rio-mar’, essa dimensão que nem todo mundo entende e, quando conhece, diz: ‘nossa não é possível que isso seja um rio’”.
E tamanha imponência deve ser conhecida, de preferência, navegando!
A Amazônia não é só floresta. É gente
Além de diversa, Amazônia é tradição, cultura. A floresta é o cenário. Justamente por isso, voltando a falar um pouco do que dissemos no primeiro tópico, a história dos amazônidas parece – se não esquecida – apagada da história do restante do país. Tanto é que o Word, nem reconhece a palavra “amazônidas”.
Os noticiários nacionais, quando falam sobre as regiões amazônicas, citam especialmente o desmatamento. Mas isso também parece algo distante. Por quê? “Enquanto o brasileiro não conhecer a Amazônia, nunca iremos preservá-la. E isso é muito sério”. Palavras da nossa parceira Maria Teresa, a Fofa, que há dez anos está à frente da agência Turismo Consciente, que inclui roteiros responsáveis nesse cenário espetacular.
A cultura é tão viva e típica que muitos casais dormem em rede. E para eles nada mais confortável! Só usam a cama mesmo é para namorar.
Natureza presente
É claro que a natureza sempre está presente e se manifestando pelo planeta. Mas se você mora em uma grande metrópole, provavelmente só se lembra disso quando chove ou faz sol. Quando o sol nasce e se põe. Ou quando é possível ver a lua mesmo em meio a poluição.
Em Belém essa experiência é diferente. A relação direta com os recursos naturais se faz presente mesmo na cidade, ao consumir produtos do extrativismo. Um exemplo é o consumo do peixe – extremamente fresco. Outro é o porto do Mercado Ver o Peso, de Belém, no qual às 5h da manhã, todos os dias, chegam produtos extraídos das ilhas, desde o açaí a outras frutas, ervas e plantas.
Culturalmente as pessoas ainda mantém a tradição de usar esses frutos da natureza como remédios para as mais diversas enfermidades.
Gastronomia à flor da língua
“Muitos viajantes dizem que não gostam de peixe, mas provam os da região e dizem que não há como não gostar”, diz Ana Gabriela. A culinária realmente é muito diferente, o peixe é fresco e saboroso. E mesmo a quem preocupa a pesca do animal, nas comunidades das ilhas, ela é feita como uma prática de subsistência – apenas para consumo próprio e venda em pequena escala para visitantes da região.
E mais! Ela propõe um desafio: vá até o mercado e prove ao menos 10 frutas que você nunca viu, ouviu ou experimentou. Cupuaçu, bacuri, uxi, pupunha, patauá… Sim, é possível! 10 é um número baixo, aliás. Não é à toa que nomeamos nosso roteiro de “Segredos e Temperos da Amazônia”.
Feita essa introdução, a pergunta que não quer calar é: você está preparado para vivenciar incríveis experiências na Amazônia?