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Não é só pelo Airbnb que você tem a chance de se hospedar na casa de outras pessoas. Os roteiros de Turismo de Base Comunitária oferecem a oportunidade de os turistas se hospedarem no que é conhecido como receptivo ou hospedagem familiar. Nada mais é do que a casa das pessoas que os recebem em sua comunidade. E, ao contrário do que se pode pensar, é uma experiência muito positiva.

Troca de conhecimentos, costumes e histórias de vida, novas conexões. Entre uma refeição e outra, um descanso e um passeio, é possível conviver e conhecer uma outra realidade. E isso acaba por transformar a vida de muita gente. Afinal, o turismo nada mais é que conhecer e viver de uma outra forma novos lugares, não é mesmo?

Por exemplo, você quando viaja para a casa de um parente em outra cidade, não é comum você querer saber um pouco daquele lugar, suas histórias e curiosidades? Em uma hospedagem familiar é a mesma coisa. E, geralmente, como os roteiros de Turismo de Base Comunitária são realizados em regiões menos desenvolvidas economicamente, a experiência se torna melhor ainda. E isso é possível por alguns motivos: a simplicidade e simpatia da família anfitriã.

Experiência de vida transformadora em uma hospedagem familiar

Para Gabriele Costa, turista que realizou conosco uma viagem para Minas Gerais, a experiência de ficar no receptivo familiar da Dona Generosa, no Vale do Jequitinhonha, foi transformadora.

“Fomos muito bem recebidas numa casa simples, em comparação ao turismo convencional, mas de uma gentileza imensa. Tudo era feito com o maior carinho e cuidado: a mesa do café, a cama muito bem arrumada, os detalhes da mesa do café, o chá da tarde. Tudo muito especial”, comenta ela.

Mas, além do receptivo familiar em si, Gabriele fala do contato com as artesãs da comunidade do Vale do Jequi. Nas palavras dela foi “algo muito diferente e inovador, pois existe uma convivência e ela elimina barreiras, sem formalidades. Ou seja, eu estava totalmente à vontade e sendo muito bem recebida”.

Segundo ela, praticar TBC é se autoconhecer. “É uma viagem para sair da zona do conforto. Muito além do turismo, é uma viagem para dentro de nós mesmos. Às vezes uma realidade intrigante que é uma verdadeira lição de vida. E o mais legal é que ainda mantenho contato e me comunico com as meninas que nos receberam no Vale! Criei uma proximidade muito genuína!”, completa.

hospedagem familiar

Carinho e simpatia que ficam na memória

Foi a primeira vez que ele fez esse tipo de turismo, mas para Jovanildo Savastano a experiência em uma hospedagem familiar foi muito rica, plena. Para ele que também conheceu o Vale do Jequitinhonha com a Vivejar, conviver com as ceramistas e artesãs que fazem do barro uma arte popular e conhecidíssima foi gratificante.

“Foi a primeira vez que tive contato com uma proposta inovadora como esta. E foi muito proveitoso. Na verdade foi marcante. Continuo a lembrar das histórias que presenciei e conheci no Vale, com meus amigos”, explica Jovanildo.

O que marcou muito foi a conhecida simpatia e receptividade mineira. “Foi uma coisa constante”, comenta. “A vontade de nos receber de braços abertos e sorriso no rosto, com todo carinho. E as casas, simples, muito limpas, com toda estrutura necessária para ficar e conviver com os outros hóspedes. Além disso, a surpresa agradável das receitas tradicionais da cozinha mineira. Ficamos o tempo todo trocando ideias. Elas fazem questão de falar sobre a vida e sua conquista de espaço social. Foi uma relação maravilhosa que tive nos dias que passei no Jequi!”.

 

No Turismo de Base Comunitária é assim: você além de conhecer novos lugares, uma cultura distinta, tem a oportunidade de conhecer pessoas, talvez o maior atrativo de todos, não é mesmo?

O que vale é a troca de experiências, a conexão verdadeira com o próximo, sem formalidades, sem se distanciar como mero observador. No receptivo familiar é como se você fosse um cidadão local por alguns dias. E essa relação que se cria com os anfitriões pode ficar para sempre!