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por Marianne Costa*

 

Nem todos sabem, mas impacto social não é um objetivo ligado somente a ONGs. Diversas empresas pelo mundo já se fundamentam no propósito de impactar positivamente a realidade das pessoas e transformar seus negócios em uma força para o bem. Esse é o lema das mais de 2.650 empresas sociais, em 60 países, e de 150 categorias diferentes, que formam hoje o Sistema B, da qual a Vivejar também faz parte.

 

Sabemos que nós e o mundo não vivemos mais sem empresas e serviços, mas agora começamos a entender que não haverá nem “nós” nem “o mundo” se não nos tornarmos mais responsáveis individualmente e coletivamente, na vida particular e nos negócios. Em todas as áreas estão surgindo empresas sociais inovadoras, que têm como princípio e prioridade o modelo de impacto positivo, mas nem por isso deixam de ser economicamente sustentáveis.

 

Para Mohamed Yunnus, criador do termo “Negócios Sociais”, estas empresas têm a “única missão de solucionar um problema social, são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos”. Mas é essencial que, por trás delas, existam social makers que verdadeiramente acreditem em uma causa e se dediquem a ela.

 

Ainda sinto muita falta desta convicção e entrega no turismo. Quanto mais acredito e luto pelo empoderamento feminino e comunitário com as viagens da Vivejar, mais penso que o turismo brasileiro, com seu enorme potencial, está ficando de fora deste movimento tão necessário. Conheço incríveis empresas sociais de turismo e, junto com algumas delas, fundamos o MUDA – Coletivo Brasileiro pelo Turismo Responsável, na expectativa de que mais negócios sociais possam se juntar a nós.

 

Mas penso que, no nosso universo, ainda falte entendimento e visão do que é realmente uma empresa social e da importância de que o modelo de impacto, assim como o de negócios, venha de dentro para fora e não o contrário. Estabelecer uma política ou uma área de responsabilidade social, não torna uma empresa ou organização transformadora. Também falta entender que sim, o turismo é mais do que capaz de promover impactos sociais positivos, não só nas comunidades onde atua, mas também em seus funcionários e viajantes.

 

Esta é minha inquietação, mas também meu convite e incentivo para que o turismo assuma verdadeiramente uma mobilização pelo impacto social positivo.

 

*Marianne Costa é realizadora social, fundadora da Vivejar e ativista do empoderamento feminino