Por definição, empoderar é o “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”. Esse ato é considerado uma atitude social que consiste na conscientização, principalmente as minorias, sobre a importância do seu posicionamento e visibilidade como meio para lutar por seus direitos. E é sobre isso que iremos falar hoje! Especificamente o empoderamento feminino na Amazônia brasileira. Ele tem acontecido especialmente pela geração de renda advinda dessas mulheres, a independência financeira, mas também atinge aspectos sociais e culturais. Bora entender alguns deles?
Artesanato
Um dos destaques está no Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), no Pará. Uma instituição sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento social e econômico da região através da produção eco-sustentável e contribui para um desenvolvimento humano igualitário e social das mulheres e homens das ilhas de Belém, sem discriminação política, partidária, religiosa, étnica e social.
As atividades de produção e venda de priprioca, biojóias e papel artesanal promovem a geração de renda e continuem para a autonomia financeira. Dois aspectos que serviram especialmente para fortalecer e a autoestima de mulheres que antes de virarem integrantes do MMIB se viam limitadas a esfera doméstica.
A organização tem parceiros como o Instituto Peabiru, a Mapinguari Design, o FMAP, o GMB, as empresas Natura e Beraca.
Turismo
As atividades turísticas, disseminadas pela rica culinária amazônica, pluralidade cultural e diversidade da natureza também foi e tem sido de extrema importância para essas mulheres e o empoderamento feminino. Além de anfitriãs, que por meio do turismo comunitário recebem viajantes em suas casas, elas ainda são valorizadas pelos artesanatos que produzem, são líderes comunitárias, entre outros papéis.
Os recursos advindos diretamente do turismo bem como atividades relacionadas incentivaram ainda o empreendedorismo e o empoderamento feminino. “A independência financeira tem um poder muito transformador. Comecei o meu negócio com 24 anos e, talvez se fosse em outra região, onde as coisas são menos enraizadas dessa cultura patriarcal, seria diferente. Empreender ainda é desafiador para as mulheres. Há cobranças sobre a casa e a vida pessoal. E isso não se restringe ao ambiente rural! No ambiente urbano, esse discurso é menos direto, mas está intrínseco em várias falas”, conta a empresária Ana Gabriela Fontoura, proprietária da agência Estação Gabiraba, que é parceira da Vivejar.
Histórias como as de “Ana’s”, “Gabriela’s” e de outras mulheres que conhecemos por elas, e que nos apresentaram a mais mulheres – e assim sucessivamente –, são a principal motivação da Vivejar. Oferecemos roteiros cujas mulheres são protagonistas, e sempre têm um atrativo como pano de fundo. No caso do Pará, com o roteiro “Segredos e Temperos da Amazônia”, o foco está no paladar. E não é para menos! Em 2015, Belém foi eleita pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia.
Tradição e cultura
Falando em gastronomia, tradicionalíssima, não poderíamos deixar de falar também da pluralidade cultural na Amazônia. Citar apenas um aspecto chega a ser injusto tamanha diversidade, mas tivemos de nos limitar aqui nesse texto. Fica o convite para que conheça muito mais pessoalmente.
Um dos atrativos imperdíveis são as erveiras, por exemplo. Essas mulheres vendedoras de ervas ganham atenção no Mercado Ver o Peso, em Belém. Elas dominam o conhecimento de centenas de plantas e seus poderes medicinais, passados de geração em geração.
Assim, apresentamos algumas das muitas responsabilidades, protagonismos e transformações das mulheres na Amazônia. O que falamos realmente é pouco perto da imensidão especialmente cultural proporcionada por essas mulheres. Se ler despertou um pouco de seu interesse, imagine conhecer pessoalmente!
Fique o convite para essa imersão nos sentidos com a gente. Temos certeza de que será transformador.